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O morro de vento do Timóteo

O morro de vento do Timóteo

Às vezes me lembro de pessoas que quase mais ninguém se lembra, principalmente se elas já se foram deste mundo. No Bairro da Fábrica de antes de Caieiras se tornar município em 1958, donde nasci e vivi foi um lugar em que todas as pessoas se conheciam. Naqueles tempos, felizmente, sem muitas notícias exteriores àquele local, o viver lá era muito tranquilo. A garotada dispunha dos atrativos da natureza para se distrair como o Rio Juquery, a Lagoa da Ponte Seca, as matas e etc. 

Havia aquele lugar de empinar papagaio que se chamava “Morro do Timóteo”. Timóteo era um senhor que morava na Vila Ilha das Coras e que tinha suas plantações naquele morro, por isso, se chamava Morro do Timóteo. Lá sempre a garotada comparecia para fazer subir para o alto os seus papagaios feitos com varas de bambu e de rabos compridos com papeis para que eles, os papagaios, não ficassem “dando cabeçadas” de um lado para outro enquanto subiam. Naqueles tempos em que o mundo era mais para as crianças se divertirem, existia um rapaz que quando perguntavam o seu nome ele respondia: Alxir Mans, isto é, Alcir Mans. Ele tinha o apelido de Pancho. 

Lembro-me de uma vez que eu o vi empinar o seu papagaio. Ele lhe havia dado muita linha de carretel de número 24 que era de linha de costura e que era mais resistente e o seu papagaio ia tão alto e tão longe que quase desaparecia no céu. Naqueles tempos ainda não existia o nome de “pipa” para eles, para os papagaios.  Quando ele, o Pancho, disse que já ia embora pensei que antes ele iria enrolar de volta toda aquela linha que deu para o papagaio subir. Mas, não! Para minha surpresa ele simplesmente quebrou-lhe a linha abandonando-o e assim deixando-o à sua própria sorte, isto é, para que ele caísse ao chão onde e como quisesse. Mas, que falta de apego (risos). Esta história foi uma boa lembrança do Alcir Mans, o Pancho. 

Altino Olímpio


Altino Olimpio