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Nilson da C. e a Perus Pirapora

Tranqueira:

A pedido da Fátima Chiati, encaminho este e-mail...me desculpe, eu tinha
passado batido. Na próxima não esqueço.

NdaC

Caros conterrâneos melhoramentinos:

Apesar de ter vivido durante tanto tempo na querida “Curva” e ter tido o
privilégio de ter visto passar pela frente de minha casa tantos trens da
CMSP, eu virtualmente me apaixonei pelo trenzinho da Perus-Pirapora na
primeira vez que o vi.

Eu ouvia sempre aqueles apitos característicos das locomotivas a vapor
quando estava na Vila Leão, na casa de meus tios ou durante os jogos de
botão na casa do Dija ou do Mema, irmão mais novo do Agenor Cardoso.

Dali se ouvia com perfeição os apitos...(Na CMSP os trens a vapor acabaram
bem mais cedo)

O meu primeiro contato com a EFPP foi na primeira vez em que estive na casa
de meu tio Pedro Gabrielli, o “Pipe”. Ele morava na “Casa da Bomba”, bem lá
no fundo da Vila Pansutti. Essa casa da bomba era o local onde morava a
pessoa que cuidava da mesma. Eu não sei exatamente como a coisa funcionava,
mas parece que a água do Ribeirão Ajuá, ou Ribeirão Perus, movia uma roda
que tocava uma bomba. Imagino que a bomba devia enviar água para a Fábrica,
não saberia dizer a finalidade. O calendário editado pela CMSP tinha uma
foto dos primeiros anos da “bomba”...

Bem, voltando ao assunto: ao chegar à casa do meu tio, notei que a ferrovia
passava do lado de lá do rio. Notei também que a linha tinha uma bitola
menor que a da CMSP (bitola é a distancia entre os trilhos). Notei também
que os trilhos eram bem maiores do que os da CMSP, e soube depois que era
devido ao peso das composições que levavam o calcário para Perus.

Fiquei simplesmente encantado quando um trem carregado e tracionado por duas
locomotivas passou em direção a Perus. Fiquei encantado.

Anos depois, com uma tia morando em Gato Preto, passei a viajar vez ou outra
pela ferrovia, por um trenzinho que se chamava “Eme”. Não precisa dizer da
minha euforia quando meu pai sinalizava com a viajem. Durante férias eu
também ficava na casa da minha tia e com a desculpa de jogar bola, pegava o
trenzinho e ia até Cajamar, que não era longe...

Quem eu sempre via (nas locomotivas) era o nosso querido Orlando Loppes, ou
“Maquináia”, acho que ele trabalhou lá um tempo. Porisso que ele tinha em
suas estantes as miniaturas das locomotivas da Perus.

Muitos anos mais tarde, a paixão pela EFPP voltou e eu passei a frequentar
Cajamar e fiz muitas fotografias das máquinas, das quais anexo duas.
Atualmente faço parte do Instituto que está fazendo os trabalhos de
recuperação da ferrovia, que parou em 1983, quando parou a Fábrica de
Cimento. Aos que gostam ou pretendem levar parentes, o trenzinho funciona
todos os domingos. Os passeios são curtos e não são cansativos, ideais para
se levar as crianças ou mesmo pessoas de idade que conviveram com os trens a
vapor.

Boa viagem !!

Nilson