Vem comigo Você que é do passado de Caieiras vamos voltar para onde nós estivemos tempos atrás. Dá pra você fechar os olhos e me acompanhar? Nosso passeio será por dentro de nós mesmos. Você nem imagina quantos rostos conhecidos e queridos você vai rever. Quase onze horas e... Pronto, ouviu o apito da fábrica? Agora precisamos ser rápidos para ver todas as pessoas que passarão aqui na Portaria Um da Cia Melhoramentos para picotarem seus cartões de ponto. Dê uma olhada e veja como estão apressados para irem almoçar em suas casas. Todos estão sorridentes e parecem ser felizes. Se fosse real estarmos aqui bem que eu mexeria com todos eles e com todas elas. E um espetáculo, mas, me deixa triste. A maioria dessas pessoas morreu e muitas delas poucos se lembram que elas existiram. Nós ainda... Hei! Você está chorando. Nada é real e... Ah já sei. Você “viu” gente de sua família que já morreu, não é? É compreensível. Voltar ao passado às vezes dói porque vemos quem nós perdemos. Todos nós que vivemos sempre alguém nós perdemos. Fica-nos um vazio difícil de descrever. Algum dia nós seremos também o perder para alguém. Assim é a vida. Escuta, aqui neste lugar onde em recordação estamos existia uma aproximação que tem um nome bonito. O nome é “vizinho”. Vizinhos... Entre seus entra e sai de casa sempre eram vistos e por quem passava pelas ruas. Vizinhos... Embora com outras aparências eles pareciam ser nossas extensões naquela simples convivência. Vizinhos de agora se trancam em suas casas, não querem conversa e aquele que quer fica falando sozinho. Mas, vamos agora lá à estaçãozinha da maquininha onde está a portaria dois para ver mais rostos saudosos. Ao apito das dezessete horas veremos, principalmente, as moças da Sala de Escolha picotar seus cartões de ponto e depois se instalarem nos vagões da maquininha que as levará para seus lares. E ai? Viu alguma que tenha flertado com ela? Eu vi uma com quem eu “tirava linha”, sei com quem se casou e hoje é vovó como também eu sou vovô. Quando dava ou não dava certo o namoro diziam que isso era coisa do destino. Não seria porque entre os dois um se desinteressava pelo outro com o aparecimento de outro ou de outra? Contudo, os habitantes daqui mais se casavam entre si. Estava em voga o “ser de boa família” para se casarem. E de fato os casamentos eram duradouros. Bom, nós “revimos” tantos rostos conhecidos, de parentes e de amigos. A maioria deles só são saudades. Hora de desconectarmos nossa conexão com o passado. Pronto, aqui estamos nós de volta a este presente. Nossa, que época chata e tão sem graça. Não tem mais apito de fábrica, não tem mais badalar de sinos de igreja, quase não mais se vê amigos... Que belo presente pra nós é este presente. Bem, já vou indo e a você, obrigado por ter-me acompanhado no passeio ao passado. Saiba que quem é de Caieiras de agora é azarado porque não mais se tem histórias para no futuro serem lembradas pela memória. Até mais e passe bem.
Comentários:
Tudo bem...só p lembranças fui coroinha do Padre Antonio , do Padre Cezar, e meu tio Eduardo Zovaro o Pardal, foi presidente do União Futebol Clube.... Abraços... -----------------------------------------------------------------
Olá, tudo bem? Sei quem você é e dos seus pais. Lembro-me que morava naquela casa logo na entrada da Melhoramentos pela Estrada Velha de Campinas. Só não lembro se era no tempo em que na outra casa morava o casal Julio e Ditinha Valbuza, meus padrinhos de batismo. Abraços --------------------------------------------------------------
Altino, bom dia Muito obrigado pelo e mail do walter, qto a suas cronicas sobre Caieiras, meus parabens.. sou filho do José Cardoso, da vigilancia da |Melhoramentos,e de dona Alice Zovaro Cardoso, filha do seu Zovaro das abelhas...
Claudio Cardoso -.
-------------------------------------------------------------- Receba ai o e-mail do Walter Satrapa, que, acredito mora em Campinas. Té mais Altino Olimpio
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