Pra quem se lembra lá no Bairro da Fábrica, Caieiras, a maioria de seus habitantes era da religião católica. Bem poucos eram da religião evangélica e eles eram chamados de protestantes. Poucos também eram os que se dedicavam ao espiritismo. Os católicos como eram maioria não viam com “bons olhos” aqueles que professavam outra religião e muito menos o espiritismo. Eram considerados como sendo esquisitos e até eram motivos de desprezo. “O cada um é como quer ser e acreditar no que quer” não era tolerado pelos católicos daqueles tempos, pois, para eles só o catolicismo era a verdade incontestável. Uma senhora, a Nilda Pastro chamou muito à atenção quando pouco se importando com comentários ela aderiu à doutrina espírita. Isso provocou uma reação contrária nos seus conhecidos e até em alguns parentes, pois, alguns cuspiam no chão ao passar por ela pelas ruas do bairro e também ao passar pelos seus filhos. Um deles recentemente me contou esse fato. O ato de cuspir ao chão significava o desprezo declarado contra alguém a buscar outra senda mais conveniente para as suas necessidades. A Dona Nilda diariamente e por muitos anos se utilizava da Jardineira das 16,35 horas para se locomover do Bairro da Fábrica até a Estação Caieiras onde embarcava no trem e desembarcava na próxima estação, Perus, lá onde frequentava um centro espírita conhecido como “O Centro do Batista”. Ela, (conforme os comentários da época) desenvolveu seus dons mediúnicos e com isso esteve a dedicá-los aos necessitados por auxílio espiritual. Lembro-me de uma prima acometida por uma doença não diagnosticável pela medicina, cuja doença a fez emagrecer muito. No Centro da Nilda, como assim, na época deste fato ele era chamado, a prima veio a se restabelecer, isso, dito por ela. Da Família Parizotto, a Dona Nilda, casada com Francisco Pastro era mãe de cinco filhos: Adilson, Adilza, Áurea, Reinaldo e o filho caçula de nome Wlademir, se não me engano. Entretanto, aqui neste escrito esteve exposto o preconceito que existiu e ainda existe entre os seres humanos quando pensam serem seus ideais religiosos os mais corretos do que os dos outros quando os destes são diferentes. Talvez, ambos estejam certos ou ambos estejam enganados. Talvez, algum dia, todos venham, a saber, da certeza de suas certezas ou da certeza de seus enganos. Enquanto esse dia não chega (se é que esse dia vai chegar), o mundo permanece o mesmo. Apenas tendo em seu solo os seres humanos expostos ao ter de escolher, dentre várias, uma senda para o agrado de suas existências psicológicas, isso, se quiserem. O nada querer sobre sendas espirituais também faz parte do cotidiano daquela minoria que prefere viver ausente delas e isso não a descarta como destituída da consideração humana.
Altino Olympio
Comentários:
Meu pai foi frequentador de vários centros ai em Caieiras. Eu quando criança tive problemas que os médicos não encontravam diagnósticos, então, acompanhado de meu pai, o Augusto de Freitas, tomei passes no centro de mesa branca do Dionisio Lisa e do Sr. Inácio Soares no Centro Espirita "Obreiros da Vida Eterna", onde meus problemas de época desapareceram. Também, nos anos 70 passei pelos passes e orientações sobre o futuro de minha vida com a Dona Ofélia do Bairro do Serpa, pois, tudo que ela me falou naquela tarde aconteceu para melhor e até hoje. Mas, me lembro bem de Dona Nilda, ela ajudou muitas pessoas, mesmo sendo criticada, não deixou de fazer o bem.Abç chico trem
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Puxa Altino, me lembro da Dona Nilda. Interessante era que minha madrinha mesmo sendo católica , tinha muita amizade com ela.Cheguei a frequentar a casa dela.E acho até que fui "benzida" por ela algumas vezes.E se não me falhe a memória ela também morou aqui na Crescíuma, numa rua acima da nossa (não tenho certeza) .Mas imagino o preconceito pelo qual ela passou.Naquela época a filosofia espírita não era bem aceita como hoje.Mas sempre ouvi falar bem desta mulher.Minha madrinha dizia que ela era muito boa e que só praticava o bem.
E se a minha madrinha falava... era verdade mesmo!!!
Fatima Chiati
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Realmente o ser humano em seus preconceitos revelam o que há de pior neles.
Eu me lembro muito bem do preconceito que tinham com a familia Pastro, por serem espiritas e com alguns outros por serem evangélicos.O mundo só vai ser melhor quando nós convencermos os outros das nossas convicções pelo amor e nao com desprezo e tbm respeitarmos
as escolhas dos outros com respeito.Sou evangélica,mas sempre tive amigos (as) catolicas e espiritas, pois, gente boa e gente má existe em todo lugar e nunca devemos julgar as pessoas por suas crenças, pois, se Deus que é Deus nos da livre arbitrio, quem somos nós para querer impor alguma coisa aos outros.Nossa, ja ia me esquecendo de dizer que a Aurea estava na mesma classe que eu na escola e ela era uma loirinha linda.Vera Carvalho
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COM EFEITO, CONHECI DONA NILDA, SENHORA MUITO DISTINTA.
MINHA IRMÃ, NAMOROU COM REINALDO, QUE HJ RESIDE EM CAMPINAS.
JÁ ÁUREA UMA MOÇA LINDÍSSIMA SUA FILHA , PERECEU NUM ACIDENTE DE AUTOMÓVEL COM SEU COMPANHEIRO VAGNER BOTONI.DONA NILDA TINHA A CAPACIDADE DE OUVIR E FALAR COM PONDERAÇÃO .OBRIGADO PELA INFORMAÇÃO ALTINO SE FOR DO SEU ALVITRE E VC AINDA ESTIVER FAZENDO O PROGRAMA DA RÁDIO, LA COMPARECEREI SE HOUVER AQUIESCÊNCIA DE SUA PARTE PARA AJUDAR A DIVULGAR AS VETUSTAS BRAVATAS À MEDIDA QUE ENVELHECEMOS TORNAMO-NOS SAUDOSISTAS, NÃO É VERDADE?.OSWALDO JOAO DELLA BETTA
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Lembro bem desta história (éramos vizinhas na Vila Pereira) sobre a Dona Nilda Pastro. Eu tinha amizade com a Aurea, fizemos o curso de datilografia na Lapa e nos dávamos muito bem.
Neusa Olimpio Vicencio
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