A antiga empresa Cavo cuja sucessora é a Essencis, em seu projeto de instalação do centro tecnológico de resíduos CTR, prometia que o empreendimento seria revolucionário, na época seus representantes não cansavam de repetir as maravilhas do CTR, " o projeto será concebido mediante uma tecnologia americana, onde os resíduos não exalarão nenhum mau cheiro, além de ser acondicionado em galpões abertos, o lixo receberá um tratamento especial, tipo de uma pressurização, onde o odor será tratado em um filtro e não haverá quaisquer probabilidade de mau cheiro.... só não mexeremos com lixo atômico" palavras do executivo da Cavo José Vitor Vilela.
De fato não se tem notícia de armazenamento de lixo nuclear, mas precisa? - até lama de mercúrio está lá. Hoje o projeto CTR não passa de um aterro sanitário sofisticado, não foi essa a promessa vendida à população.
Consta no contrato entre a Cavo e a Prefeitura que a coleta do lixo residencial seria feita gratuitamente pela empresa, mas a Cavo não existe mais passou a ser Essencis controlada por outro grupo empresarial. Com as constantes falhas nesse serviço, o contrato pode ser denunciado pela prefeitura, porque não o faz?. Porque a empresa não vem a público e esclarece de vez por todas as dúvidas ? - principalmente quando vai cumprir o projeto original.
Se dinheiro não falta para os acionistas e a participação acionária vale milhões é porque o faturamento compensa e o lucro é satisfatório, quase meio bilhão de reais em 2014 (holding) . A Camargo Correa saiu a muito tempo do negócio e levou mais de meio bilhão de reais, executou só a parte que lhe interessava do projeto rotulado como de primeiro mundo, ou seja, jogar terra e lona plástica em cima do lixo, o tratamento, reciclagem e outras promessas ninguém viu até agora. Pior, os resíduos tóxicos estão sendo tratados e armazenados ou simplesmente misturados no meio dos demais, sem obedecer as normas internacionais e a legislação brasileira?.
Recorrer às autoridades públicas já mostrou não dar resultados, uma ação do Ministério Público foi arquivada por "falta de interesse em agir". Enquanto isso Caieiras vai-se tornando o paraíso do lixo , que ninguém quer na sua porta ou no seu negócio. São milhares de toneladas de resíduos por dia, simplesmente enterradas e cobertas com lona plástica, até quando ?.
Corre na Câmara Municipal uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) presidida pelo vereador Panelli, que pretende esclarecer esses questionamentos, inclusive analisando se os benefícios fiscais e serviços gratuitos compensam ao Município, em contra partida aos possíveis danos e passivo ambiental. A Comissão não anunciou nenhuma conclusão até o momento.
As recomendações do CONSEMA foram aparentemente esquecidas, porque? .Onde está a responsabilidade social e a transparência prometida na implantação do projeto ?.
Tanto as autoridades públicas como a empresa estão convidados para se manifestarem, a omissão pode confirmar que o esclarecimento dos fatos narrados não tem interesse. As declarações dos representantes da antiga Cavo como: reportagens, audiência pública com a participação do Promotor Público João Carlos Calsavara, etc. estão a disposição no Site do Jornal preservando a história.
N.R. Segundo o Vereador Panelli a CPI foi encerrada em julho, estamos aguardando o relatório final dos Vereadores Alvaro Berti e Zefinha para publicação.