AFINIDADE não é o mais brilhante, mas é o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência, os adiantamentos, a distância, as impossibilidades.
Quando há AFINIDADE, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto de onde foi interrompido.
AFINIDADE é não haver tempo mediante a vida. É a vitória do adivinhado sobre o real, do perma-nente sobre o passageiro, do básico sobre o superficial.
Ter AFINIDADE é muito raro, mas quando ela existe, não precisa de códigos verbais para se mani-festar. Ela existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixam de estar juntas.
AFINIDADE é ficar longe, pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, co-movem, sensibilizam. É receber o que vem de dentro com uma aceitação anterior ao entendimento. É olhar e perceber.
AFINIDADE é um sentimento singular, discreto e independente. Pode existir a quilômetros de dis-tância, mas é adivinhado na maneira de falar, de escrever, de andar, de respeitar.
AFINIDADE é retomar a relação no momento em que parou. Porque o tempo e a separação nunca existiram. Foi apenas a oportunidade dada pelo tempo para que a maturação pudesse ocorrer.