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12/08/2024
Pensamentos esparsos

Pensamentos esparsos 

Já pensei porque vim para este mundo e se tivesse perguntado para os meus pais sei que teriam dito que não sabiam mesmo tendo sido eles que me “fabricaram” quando se uniram sexualmente para sentirem prazer.

E assim a atração física, o namoro e depois o casamento entre um jovem e uma jovem completam o enredo da novela da natureza que se utiliza deles sem eles desconfiarem para que tenham os seus filhos cujo objetivo sempre foi a manutenção e aumento da população para o habitar deste planeta. 

Talvez por isso o poeta e filósofo Gibran Khalil Gibran (1883-1931) escreveu: Teus filhos não são teus filhos, vieram através de ti, mas não de ti. E embora estejam contigo, a ti não pertencem.

Demorei para aprender que o silêncio e a solidão são os melhores amigos, pois, eles não atrapalham os meus pensamentos que se atrapalham quando estou com outros que não buscam o silêncio e a solidão em suas vidas.

Os filósofos dizem que o estado presente é que nos é real e que o passado e o futuro não nos existem. Então, mais é preciso viver no presente. Mas, qualquer pessoa tendo muita idade, tendo perdido as ilusões, as ambições, as vaidades e os desejos, ela só fica mesmo com o estado presente para viver e com o tempo a passar como sendo sem o perceber dele. Sem as atrações das ilusões, das superstições, dos desejos e do ter, o estado presente parece que fica infindável e sem graça e nessa situação se vive apenas por viver até que venha o inevitável dia do chega de existir “decretado” pelo destino que não deixa ninguém fugir de ter o seu fim.

Bom é viver a vida sem ter ou sem pensar nos amanhãs e sem os conceitos que foram adquiridos durante a existência e que com o tempo a passar eles foram entendidos como sendo sem fundamentos ou impraticáveis. 

Uma pessoa que chegou até a velhice e conseguiu o desvendar das tolices que abrigou em sua mente durante muito tempo, quando revela isso a outros mais jovens que ainda mantém vendas em seus olhos, todos os ainda vendados o consideram como descrente ou ateu.

É comum saber que a maioria leva até a morte o que em vida não conseguiu e nem quis se descartar das mentiras que lhe foram inculcadas.

Todos nós “sabemos” que somos duais, isto é, somos corpo e alma, mas, o corajoso guru George Ivanovich Gurdjieff que morreu em 1949 e foi contra o mundo ao dizer que somos unos e não duais. ITTTsso faz parte das controvérsias a que sempre estamos expostos neste mundo confuso.

Krishnamurti (1895-1986) disse quando desfez a Ordem da Estrela do Oriente da qual era o chefe: “Mantenho que a verdade é um caminho sem trilhas e não há como se aproximar dela por nenhum caminho, por nenhuma religião, por nenhuma seita. Esse é o meu ponto de vista e eu me atenho a ele absoluta e incondicionalmente”. Talvez tenha querido dizer “eu fico na minha e vocês que fiquem nas suas” (risos). Vou cuidar da minha vida e vocês que cuidem das suas. Ele viveu como um homem livre fazendo o que queria afastado das crenças que são “organizadas”. Escreveu muitos livros e deu muitas palestras por toda a sua vida.

A vida é uma novela que se desenrola do nascer ao morrer e se nós cometemos erros e enganos no viver é porque não temos um diretor que nos dirija nos capítulos pelos quais devemos atuar ou representar.

Hoje em dia os exageros de informações ou notícias promovem tantas perturbações como se eles fossem a Torre de Babel cumprindo o seu papel. 

Outro dia estive no Pico do Jaraguá para observar como a terra é plana.

Disseram que neste ano houve as Olimpíadas lá na França e se eu tivesse sabido também a teria assistido.

Não existe mais nada proibido para menores de dezoito anos para qualquer criança que tenha computador.

Neste mundo e nesta vida o melhor é ser inconsciente para se viver melhor do que ser consciente e sofrer por isso.

Quase sempre quando se fica velho, fraco e doente é que as vaidades, as ambições e as ilusões fogem correndo porque elas percebem que a moradia donde viveram está desmoronando.

Eu já fui feliz quando empinava papagaio (pipa) no morro e quando jogava futebol com bola de meia e andava descalço pelas ruas e parecia que o tempo não passava enquanto eu já gostava das meninas que como eu aos sábados tomavam banho de bacia porque chuveiro elétrico não havia e eu pensava com qual delas eu iria namorar algum dia naqueles tempos em que viver parecia um sonho que dele só acordava quem crescia e como homem grande ficava e se afastava daquele viver infantil feliz e descontraído que foi considerado como sendo um paraíso.

Altino Olímpio

Já se nasce misturado com o mundo

Todos que nascem logo se veem “instados” à seguirem os mesmos costumes ou o mesmo jeito de ser dos outros. Até parece que é uma ordem vinda do além: “você tem que ser como são os outros” (risos). Quando alguém nasce vê que está tudo pronto no mundo preparado que foi pela humanidade e a única opção é acompanhar ou usufruir do que já está pronto. É difícil como escapar das necessidades existentes e vigentes e da igualdade dos procedimentos diários dos outros em suas formas de existir.

Viver é como imitar ou copiar tudo o que todas as outras pessoas fazem. É raro alguém viver com costumes próprios ou jeito próprio de ser e com o que de próprio tem para viver, para se entreter, para fazer e que seja diferente dos demais. As diferenças que existem entre as pessoas são os trabalhos ou as profissões que elas têm. Mas, em suas folgas quando estão ausentes de seus compromissos diários, elas não são diferentes das demais pessoas. Quase todas têm seus entretenimentos, suas religiões, seus esportes, enfim, todas têm seus jeitos de “passar o tempo”. Aliás, tudo o fazemos na vida é apenas para passar o tempo antes que “ela” venha nos buscar e nos retirar daqui deste se misturar com o mundo.  

Nisso todos nós nos igualamos, não nos diferenciamos para não sermos mais outros “misturadas com mundo” como a maioria é. Por isso é que o mundo mais é habitado por pessoas simples ou comuns (Risos). Como deve ser lembrado, tempos atrás dividiram o dia para oito horas de trabalho; oito horas de lazer; oito horas de descanso. E era esse tal de “lazer” que mais igualava e ainda iguala os homens e as mulheres “num mundo” dos mais diversos tipos de distrações ou entretenimentos. Hoje, como quase tudo se copia e quase nada se cria de diferente no jeito de ser e no modo de viver de cada um, o mundo se tornou curto nas distâncias entre as pessoas agora que o telefone celular as encurtou entre elas que se viciaram em se misturar com ele (com o mundo online) se esquecendo até de si mesmas.

Altino Olímpio