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17/07/1986
Ed. 270

A história da pimenta permanece confusa, ora foi o Milton Valbuza que trouxe um “certo” sítio, ora foi o Antonio Molinari, afinal, de quem era a pimenta que foi distribuída na Câmara de Caieiras?

 

O grupo dos Sete na Câmara de Caieiras continua jogando pesado contra o Prefeito Fiore, na semana que passou encaminharam ao Fórum local nada menos que duas denúncias com base no Dec. Lei 201 (crime de responsabilidade de Prefeito e Vereadores). As denúncias são resultado de comissões de inquérito, que apuram irregularidades na administração municipal.

 

A Câmara Municipal de Caieiras reuniu-se pela última vez neste semestre, no dia 24 pp., quando várias matérias importantes e algumas até polêmicas foram votadas e aprovadas pelos vereadores.

 

No expediente que é destinado a leitura das indicações, requerimentos, projetos de lei e correspondência recebida de outros órgãos, foi lido o veto do prefeito Nelson Fiore ao auxílio-condução aos estudantes que freqüentam cursos técnicos ou superior em São Paulo. O projeto de lei que beneficia esses estudantes foi apresentado pelos vereadores que compõem o grupo dos sete e aprovado por unanimidade na sessão do último dia 10, mas o prefeito alegando a inconstitucionalidade e falta de recursos para dar auxílio aos estudantes que freqüentam cursos em São Paulo vetou.

 

Dentre as indicações apresentadas e que serão encaminhadas aos setores competentes citamos as de números 112 e 117/86 de autoria do vereador Névio Dártora que solicita a CESP e a SABESP, a instalação de iluminação pública e rede de esgoto nas ruas Eva e Estela no Jd. Vera Tereza, nº 11/86 do vereador José Lira solicitando que sejam colocadas luminárias nos postes da Rua Curumim, nº 114/86, de autoria do vereador Milton Valbuza que solicita à prefeitura a limpeza e desassoreamento do córrego existente na Av. Paulicéia. Dentro ainda do expediente foi apresentado o requerimento nº 126/86 assinado pelos 13 vereadores para que o veto do prefeito ao projeto dos estudantes fosse apreciado naquela mesma sessão.

 

Na ordem do dia, as primeiras proposições a serem discutidas e votadas foram os dois projetos de resolução que dispõe sobre conclusão dos trabalhos das duas comissões especiais de inquérito, que apuraram irregularidade na Administração Nelson Fiore.

 

Ambas as Comissões concluíram que o prefeito praticou infração ao inciso IX do art. 1º do Dec. Lei nº 201/67 (infração político-administrativa de prefeito) ao efetuar despesas não autorizadas por lei. No caso específico do prefeito, ele alugou uma residência particular e enviou verba a URCASA sem autorização da Câmara. Pelas infrações cometidas as Comissões de Inquérito solicitaram a remessa dos documentos que fazem parte do processo elaborado ao Ministério Público da Comarca e ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, para conhecimento e as providências que entender cabíveis.

A assessoria jurídica do prefeito Fiore (os de S. Bernardo) mais uma vez foi severamente criticada pelos vereadores da situação e da oposição que não se conformam com tanta incompetência daqueles advogados que recebem um gordo salário para comparecerem apenas uma vez por semana. O auditor externo, Sr. João Angélico também não escapou das críticas, pois segundo os vereadores, recebe salários da prefeitura e da URCASA e não faz nada.

 

O líder do PMDB, vereador Névio Dártora apresentou nesta sessão um requerimento de apoio e congratulação à “Carta Aberta” do vereador Newton Gomes de Sá a respeito do Projeto Juqueri. Névio disse que as autoridades municipais da região não podem se omitir e permitir que o governo Montoro descarregue 300 mil pessoas em Franco da Rocha, o que trará problemas para todos os municípios vizinhos também. Névio aproveitou e “desceu a lenha” no governo Montoro que não cumpriu as promessas feitas no palanque em 1.982, segundo o vereador. O requerimento foi aprovado por unanimidade e cópia será encaminhada também ao governador Montoro.

 

Vaia “sui-generis”
No debate dos técnicos da Emplasa, realizado no dia 04 de julho, após o uso da palavra pelo Sr. Prefeito, onde ele deixou clara sua posição favorável, o plenário ficou em profundo “silêncio sepulcral”. Nem uma palma, nem um sussurro. Podia-se ouvir uma mosca voar.



Jornal A Semana