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01/07/1992
Ed. 475 - Opinião

O candidato e atual vice-prefeito Edson Navarro fala sobre o "Centro Cultural" a ser inaugurado brevemente. O término das obras deixadas pelas administrações anteriores foi promessa na campanha eleitoral de 1988. Ocorre que as coisas mudam e o que parecia ser o ideal há quatro anos, hoje deve ser repensado. Senão vejamos: qual a situação do povo agora? Melhor ou pior? Claro que muito pior. Desemprego, recessão, inflação, etc… - nesse contexto o Centro Cultural é prioritário? A meu ver não, cultura com fome é uma mistura cômica se não fosse trágica. Nestes dias a população tem maior necessidade de serviços públicos que garantam sua sobrevivência, saúde, transporte, alimentação, educação, moradia. A prefeitura está gastando perto de 1 bilhão de cruzeiros na reforma do Centro Cultural, quantos munícipes sofrem por falta de asfalto na sua rua? Quantos não têm acesso ao serviço de saúde? Quantos não têm onde morar? Quantas crianças estão na rua neste momento, sem uma escola profissionalizante? Não seria melhor um CIEP ou um Senai? Essas questões precisam ser pensadas. Como o dinheiro público é limitado, as prioridades mínimas da população devem vir em primeiro lugar, cultura é importante, mas educação vem antes, inverter a ordem é a mesma coisa que começar uma construção pelo telhado. Um bilhão de cruzeiros é muito dinheiro, bem empregado poderia resolver muitos problemas imediatos, o munícipe tem que fazer valer seu interesse, não se deixar levar por maquilagens, pela velha história: por fora bela viola, por dentro pão bolorento. Como vice-prefeito, infelizmente, só posso externar minha opinião, mais nada. Como prefeito, se eleito for, por em prática e mostrar que é mais fácil do que se pensa melhorar as condições de vida da população, basta ter boa vontade e agir honestamente".

Jornal A Semana