"A Associação Comercial já funcionou em Franco da Rocha. Ela funcionou durante muito tempo, mas depois acabou por se desorganizar. Não sei porque, mas aconteceu. Mas isso foi no tempo do Maggi..."

Quem nos conta essas estória dos tempos imemoriais da criação da Associação Comercial de Franco da Rocha é Nelson Ritto, um dos mais antigos comerciantes da cidade, ainda nela estabelecido. E é o próprio Nelson Ritto quem nos conta a experiência da primeira reorganização da Associação Comercial de Franco da Rocha, isso em fins da décadas de 1950.

Primeira reorganização, porque ela foi reorganizada pelo menos mais uma, além dessa. Criada em 1949, "no tempo do Maggi" - Luiz Maggi, que vendia seco e molhados, num armazém onde hoje está o "3 Leões", hoje já falecido - como bem diz Nelson Ritto, ela foi reorganizada pelo próprio Nelson Ritto, pelo Dr. Sebasteão P. Lima Filho, pelo falecido Saul Cardoso, que abrigou a associação em uma das salas de sua casa, inclusive. Isso, em fins dos anos 50 e início dosa anos 60.

A segunda reorganização foi feita mais recentemente, no final dos anos 70, quando inclusive se elegeu um presidente, Almiro do Valle, que sequer tomou posse.

"Tudo vinha bem, até que um delegado resolveu"
Em 1966, quando era presidente da Associação Comercial de Franco da Rocha, o Sr. Caio Avelino Manga houve - é ele mesmo quem conta - uma greve de um dia dos  comerciantes da  cidade. "Naquela época nós tinhamos um delegado que costumava criar problemas para os comerciantes da cidade - conta Caio Manga - e que culminou pela prisão do Sr. Pedro Misson".

Ainda segundo Caio Manga, esse foi o episódio que precipitou o fim da Associação. Muitos comerciantes não  quiseram participar da "Greve", pediram proteção à polícia. Isso desacreditou de vez a força dos comerciantes.

A nova Acifr
A Associação realmente caiu em descrédito. Poucos acreditavam na sua reorganização, embora todos a considerassem necessária e importante.

Almiro do Valle, Caio9 Manga, Sebastião P. Lima Filho e Nelson Ritto, todos ex-diretores ou presidentes da Associação, eram unanimes em proclamar a sua necessidade e importância, embora se notasse que era necessário o pontapé inicial, alguém com disposição suficiente para iniciar um movimento para a  reorganização da Associação.

Surge então um grupo de jovem comerciantes de Franco da Rocha, liderados por José Tarcísio Lopes, da Imobiliária Olinda Tarcísio começa por ver que o seu setor, o imobiliário, precisa se organizar para resolver seus próprios problemas.

Depois de dar várias declaração dos empresários do setor, Tarcísio, agora já integrado com empresários de diversos ramos, como José Nunes de Proença, gerente da Caixa Econômica Federal, Francisco Barbosa, do ramo  de autopeças, Tarcísio e seu grupo compreende que é necessário organizar todo o comércio e indústria e não esta ou aquele setor.

A reorganização
è convocada uma reunião para o dia 18, no Centro Comunitário, onde, oficialmente, se tira dos comerciantes presentes, a intenção de se reorganizar a Acifr contando com o apoio da vizinha e irmã Acisc, através do seu presidente, Dr. Edson Navarro.

Dessa primeira reunião ainda foi formada uma comissão, que recebeu a incubência de formar uma chapa representativa para as eleições que se processariam um mês depois. Essa comissão era formada por José Tarcísio, Mário Maurici de Lima Morais, José Nunes Paez de Proença, Francisco Barbosa e Caio A. Manga.

Essa foi a missão mais difícil - contra José Tarcísio. Formar uma diretoria em que todos estivessem representados realmente foi muito difícil - continua Tarcísio. O descrédito quanto à Associação era tamanha, que ninguém queria participar da primeira diretoria, conclui Tarcísio.

Mas a solução foi encontrada. O mais difícil, segundo Francisco Barbosa, foi encontrar um presidente. "Foram consultados alguns nomes, que não aceitaram. Então, surgiu um nome que, a meu ver, acabou sendo a melhor das soluções: Dr. Neide Navai, industrial, advogada e benemérita. Mulher empreendedora e de rara fibra e coragem", conclui Francisco.

E com o correr do tempo, Francisco se revelaria certo. Dra. Neide assume a Associação e a impulsiona de tal forma, que a Associação começa a todo vapor.

No dizer de Dra. Neide Navai, "a Associação Comercial é essencialmente um órgão representativo de classe, e sua finalidade é a de se fazer representar junto aos órgãos públicos para a solução dos problemas da comunidade".

Com essa visão, não foi difícil elegê-la presidenta da Associação no dia 15, no salão social, por aclamação, juntamente como restante da chapa, formada por Tarcísio Lopes, vice-presidente; Mário Maurici, 1º secretário; 1ºtesoureiro, Francisco Barbosa.

E agora, funcionará?
"A Associação - contra a Dra. Neide - prestará serviços a seus associados, como é o caso do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) já em fase de instalação. Contará ainda continuar com um cadastro atualizado das empresas da região. Prestará ainda uma assistência jurídica, através de advogados locais e assistências tributárias através de consultas diretas à associação.
Segundo a Presidenta, a Acifr firmará ainda convênios e promoverá cursos e palestras que sejam do interesse de seus associados.

E é a Dra. Neide quem conclui: "Para o bom cumprimento de nossa gestão estamos contando com o apoio das autoridades locais, bem como das entidades financeiras, industriais e comerciais, sem esquecer o valoroso apoio de co-irmã Acisc de Caieiras, na pessoa do seu Presidente.

Esperamos que todo o comércio e indústria locais se associem, bem como participem ativamente da associação, para podermos contribuir com o progresso de Franco da Rocha, que é sem dúvida o progresso de todos que aqui vivem e trabalham".