Versão para impressão

Caieiras hein?

Caieiras hein?

Caieiras eram todos que lá existiam e viviam. Todos, de qualquer maneira, eram como se “eles fossem Caieiras” e não o local que tem esse nome. Infelizmente, a maioria daqueles todos se tornaram ausências. Agora quando se vai para lá é difícil se encontrar com algum conhecido. Até parentes e amigos se foram e ficaram sumidos. Hoje mais se vê desconhecidos. Quando se imagina estar em todos os lugares que eram frequentados pelos amigos e conhecidos, na imaginação tais lugares ficaram tristes. 

Não muitos aparecem na imaginação porque a maioria ficou esquecida como se não tivessem existido entre nós que somos de Caieiras. Quando pela imaginação se vai assistir a um baile para rever aqueles casais que lá compareciam para dançar, só se os vê mesmo pela imaginação. Eles se foram deixando os salões de baile vazios sem eles. Quem de nós que ainda está por aqui, se fechar os olhos quem consegue ver na mente que esteja dançando e se divertindo no salão antes de ter partido para sempre?

Caieiras de agora não tem mais as histórias
Que antes tinha para ficar na memória
Agora se fica cada vez mais sozinho
Como se ficasse perdido num caminho
Deserto daqueles que se tinha por perto
Quando já se tem muita idade
Pensa-se no cemitério da saudade
Que também me tornará ausente
Como já aconteceu com tanta gente
Que em Caieiras nasceu e viveu
E com certeza nunca se arrependeu
Eu também não, mas me mudei de lá
(Risos, risos e mais risos)

Altino Olímpio

Foi minha namorada

Eu a conheci no trem e depois de vários dias de trocarmos olhares eu me aproximei da loirinha que se chamava Lourdes. Marcamos um encontro no Cine Marajá de Franco da Rocha e depois desse encontro começamos a namorar. Ela não morava perto da estação do trem e o último dele passava muito cedo, antes das vinte e duas horas. Por isso, depois do namoro com ela lá na casa dela eu corria, corria e corria para não perder o trem. Quem me viu correndo à noite pelas ruas de Franco da Rocha deve ter pensado que eu era louco. Eu chegava na estação do trem transpirando e ofegante. Nunca mais vi a “minha” loirinha Lourdes. Onde e como estará ela hoje? Claro que não é mais aquela mesma loirinha. Muito tempo se passou e num destes dias passados fiquei com ela nos pensamentos e mentalmente revendo-a como também os lugares onde ficávamos juntos. Ai que saudade eu sinto de você, minha namorada, minha namorada...

https://www.youtube.com/watch?v=_XjBRpWExrw

Altino Olímpio