Há um consenso geral de que a crise no Brasil é gravíssima. Da corrupção colossal institucionalizada pelo Partido dos Trabalhadores no Estado brasileiro até o pior cenário da economia em vinte anos, a passar pelo índice de 20% de desemprego entre os jovens; a recessão do PIB de 2015 rumo a -3% de queda; a inflação de 10% para as camadas mais pobres; o estouro da bolha da Petrobras cujas ações caíram de R$43,00 em 2009 para R$8,00 em 2015; o cassino provocado pelos juros de 14,25% e pelo ingresso de capital estrangeiro na casa de US$61 bi, a alimentar a inflação por liquidez monetária; o insustentável serviço da dívida pública rumo a R$1.000.000.000,00 (um trilhão) neste ano; e o Tesouro Nacional com os cofres vazios por obra da irresponsabilidade fiscal do governo federal no ano eleitoral de 2014; a certeza é de que é preciso uma saída urgente ou o fundo do poço provocará uma depressão econômica no país sem precedentes na História do Brasil. Existem saídas políticas e saídas econômicas no espectro nacional empurradas por contingências alheias à vontade dos agentes políticos ou econômicos que foram tragados pelas consequências da incompetência na direção do país nesses dois campos. Os dilemas são os seguintes:
TEMER – Saí ou não sai da coordenação política do governo? Alçado à condição de terceirizado na condução da coordenação política do governo federal diante do esfacelamento da base de apoio à Presidente, o vice- presidente aceitou o encargo de promover a costura política no chamado “ajuste fiscal” (reoneração da folha de pagamento, manutenção do fator previdenciário, aumento de alíquotas no IPI, IOF, CONFINS, IR etc), Michel Temer chegou a dizer que era “o cara” para salvar a lavoura, mas causou mal estar por evidenciar a inexistência de comando do país. Ele conseguiu um remendo para o tal ajuste, mas saiu chamuscado pela artilharia petista. Assim, deve sair antes que não lhe reste qualquer possibilidade de encaminhamento institucional à frente.
CUNHA – Sai ou não saí da Presidência da Câmara?
Alvo de investigação da operação Lava-Jato da Policia Federal, Eduardo Cunha foi denunciado pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que o acusou de corrupção e lavagem de dinheiro no recebimento de propina em contratos superfaturados da Petrobrás. É a primeira vez que um Presidente da Câmara dos Deputados em exercício é denunciado pela Procuradoria Geral da República. João Paulo Cunha, deputado federal pelo PT que também exerceu a presidência da Câmara, foi denunciado e condenado por corrupção no escândalo do mensalão, foi preso quando já tinha saído do cargo. O sucessor de JP Cunha foi Severino Cavalcante, que renunciou a seu mandato de deputado federal em decorrência das denúncias de um esquema de pagamento de propina em que estaria envolvido, o chamado mensalinho. Outros casos também aconteceram no Senado Federal – Jarder Barbalho, Renan Calheiros, Antonio Carlos Magalhães -, que saíram ou renunciaram para perderem-se os anéis e conservarem-se os dedos. Assim, enquanto puder segurar a tese de presunção de inocência ou de o Ministro do STF Teori Zavascki não receber a denúncia contra Eduardo Cunha, ele fica, mas sua saída é questão de tempo.
RENAN – Sai ou não sai a denúncia contra Renan Calheiros? Um chamado “acórdão” entre Janot, Dilma e Lewandowski teria sido feito para poupar Renan Calheiros de uma denúncia por corrupção na Lava-Jato e alçá-lo à condição de garantidor da governabilidade política do país. Renan chamou para si os destinos do país ao apresentar o tal “Plano Brasil”, plano de governo para tirar o país da crise e remetê-lo a um crescimento mediante uma sopa de propostas embaladas por um suporte de terceirização da presidência da República ao terceiro homem na linha sucessória de mandatário da República. A permanência de Renan na Presidência do Senado é a permanência do PMDB no poder ou no apoio a Presidente. Se ele sair, a casa cai para todos.
DILMA – Sai ou não sai o impeachment? Ninguém acredita mais que Dilma Rousseff governa o Brasil. Até mesmo na marchinha da mortadela, organizada pela CUT e arrastada pela claque contratada para desfilar no último dia 20/08, havia protesto contra a presidente, o Ministro da Fazenda, o vice-presidente e contra a política de arrocho salarial e desemprego. Fundamentos fáticos e jurídicos existem aos montes para o impeachment de Dilma. O rombo no tesouro e o uso de propina Petrobras para lavar na campanha eleitoral, além de 10 Decretos de liberação de financiamento público sem autorização do Congresso Nacional, já seriam mais que suficiente. Mas tem mais. O PT recebeu dinheiro vivo oriundo de corrupção para pagar as despesas de Dilma em 2014: almoços, passagens, roupas, joias, cachês, cabeleireiro etc. Ela foi beneficiária de R$850.000.000,00 (oitocentos e cinquenta milhões de reais). Como essa cifra espanca até o mais resiliente militante, Dilma sairá sob o peso de a cada dia do seu desgoverno o Brasil pagar com o aumento do desemprego e queda do PIB ou a passos largos para a depressão econômica.